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O significado das siglas dos modelos da Mercedes-Benz
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Sempre se perguntou sobre o que significam as letras nos modelos dos automóveis da Mercedes-Benz? Então este artigo é para si, pois iremos explicar-lhe tudo – para que nunca mais tenha dúvidas sobre nenhum dos automóveis desta marca, tão famosa pelo luxo e elegância dos seus automóveis!

 

Até ao final dos anos 60, as séries da Mercedes-Benz não eram distinguidas especialmente pelo seu design, mas sim pela sua motorização e porte. Na parte dos números, as coisas eram muito fáceis de entender: quanto menor o número era, mais simples o carro era. Quanto maior fosse, mais luxuoso era. Por exemplo, durante o tempo da Alemanha Nazi, o modelo favorito do Führer (Hitler) era o Mercedes-Benz 770. Por outro lado, o modelo mais utilizado pelo povo era o 170.

Entretanto, desde 1993 que a Mercedes-Benz instituiu o sistema de letras nos modelos dos seus automóveis, de forma consistente. Na verdade, as letras nos veículos já remontam ao final dos anos 20, logo nos primeiros anos após a fusão da Daimler com a Benz. O primeiro veículo da empresa a ter letras foi o Mercedes SSK (“Super Sport Kurz” – “Super Desportivo Curto”). Após o SSK, os modelos da época passaram a utilizar várias letras com significados diferentes, significados esses que duraram até 1993:

- S – “sport” ou “sonder” (significa “especial”). Era utilizado em modelos desportivos ou especiais;

- K – designava os modelos com motor sobrealimentado (“kompressor”). A exceção é o SSK, onde o K significa “kurz” (“curto” em alemão”);

- L – utilizado tanto nos modelos desportivos leves (“leicht”) quanto nos sedans com modelos de chassi longo (“lange”) mas que não chegavam a ser limousines;

- R – “Rennen” é a palavra em alemão para “corridas”, de modo que esta letra é utilizada apenas em modelos de corrida;

- D – indicava modelos com motor a diesel;

- C – destinado a coupés;

- E – utilizado nos carros com injeção eletrónica (“einspritzung” em alemão);

- T – designa as carrinhas (“touring”);

- TE – utilizado nas carrinhas com injeção eletrónica (“touring einspritzung”);

- SE – destinado a modelos de luxo com injeção eletrónica (“sonder einspritzung”);

- SEL – “sonder einspritzung lange”, ou seja, um modelo de luxo, com injeção eletrónica e chassi longo;

- SL – indica um modelo desportivo leve (“sport leicht”);

- SEC – designa os modelos coupé de luxo com injeção eletrónica (“sonder einspritzung coupé”);

- SLC – utilizado nos coupés dos modelos SL posteriores ao 300SL (“sport leicht coupé”);

- Cabriolet – designa os conversíveis derivados de sedan;

- Pullman – utilizado nas limousines. O nome vem de uma antiga fabricante de vagões-leito para comboios e também de comboios elétricos urbanos (vulgo elétrico).

Assim, com as letras a designarem as particularidades de cada carro, elas passaram a ser integradas nos nomes como forma de distinção entre si. Como exemplo, um Mercedes 300 era um sedan (lembra-se da regra do quanto mais alto o número, melhor o carro?), mas um Mercedes 300SL era um modelo desportivo leve e com motor 3.0. Do mesmo modo, o 190SL era um desportivo leve com o motor 1.9. Se fosse um 190D, era um modelo com motor diesel.

Este sistema era lógico e funcional, no entanto, acabou por sofrer algumas distorções ao longo dos anos. Um dos exemplos foi o modelo 600, um dos topo-de-gama da Mercedes entre 1964 e 1981. Apesar do nome, que foi mantido em homenagem/referência ao primeiro sedan de luxo da marca dos anos 20, o seu motor era um V8 de 6,3 litros.

Quatro anos mais tarde, a Mercedes decidiu instalar o motor 6.3 no modelo 300SEL, e se fôssemos pela lógica dos motores, o nome 630SEL faria com que ele parecesse maior e mais luxuoso que o 600 Pullman. Desse modo, o 300SEL foi batizado de 300SEL 6.3. Esta situação aconteceu com outros modelos de automóveis – por exemplo, o 230 dos anos 70 ganhou uma versão com um motor 2.3 de quatro cilindros, e outra versão com o mesmo motor, mas de seis cilindros. Sem letras no nome do carro, a maneira de os diferenciar foi acrescentando um ponto e um número no modelo com mais cilindros, que ficou rapidamente conhecido como 230.6.

 

De forma paralela, os modelos topo-de-gama e os modelos desportivos continuavam ainda com a nomenclatura antiga, de modo que em 1993 a Mercedes instituiu um novo sistema de modelos.

Esse sistema foi instituído após o lançamento do sucessor do 190E. Ao contrário dos sistemas anteriores, as letras passaram a ser usadas antes do nome, para melhor assimilação da classe do modelo. Por outro lado, os números voltaram a designar a cilindrada arredondada em centilitros. Por exemplo, o SLK230 é um roadster de 2,3 litros. A antiga preparadora AMG foi incorporada nos modelos da Mercedes e passou a ser a divisão desportiva da marca, passando a batizar os carros da mesma forma, mas com a cilindrada em decilitros. Mas nada melhor do que ver a lista completa, certo? Aqui vai:

- Classe A – hatch compacto de tração dianteira;

- Classe B – hatch ou MPV de tração dianteira;

- Classe C – sedan médio-compacto;

- Classe CLC – hatchback/coupé médio-compacto;

- Classe CLS – coupé de quatro portas;

- Classe E – sedan médio;

- Classe G – utilitário;

- Classe ML – SUV;

- Classe GL – SUV de luxo;

- Classe GLK – crossover médio;

- Classe SL – roadster;

- Classe SLK – roadster compacto;

- Classe CL – coupé de luxo;

- Classe CLK – coupé compacto;

- Classe R – minivan;

- Classe V – van/comerciais.

 

Este sistema durou até 2014, altura em que a Mercedes decidiu fazer algumas remodelações ao mesmo, de modo a conseguir explorar ao máximo os vários nichos do mercado automóvel.

Para manter tudo mais lógico e racional, o sistema de nomenclaturas utiliza agora cinco classes como raiz do sistema para designarem o porte (A, B, C, E, S), e outras três classes para designar modelos derivados com linhas próprias (G, CL, SL).

Tendo na Classe G a origem dos veículos utilitários desportivos, todos eles seriam designados pelas letras GL. Assim, o utilitário da Classe A é o GLA, o da classe C é o GLC, e assim sucessivamente. Do mesmo modo, o roadster da classe C (antes chamado de SLK) passa a ser um SLC, e um eventual roadster da classe E tornar-se-ia num SLE. Se a Mercedes decidisse explorar todas as possibilidades de nomes, os modelos ficariam assim:

Os nomes das versões (p. ex., BlueTec, CGI, etc.) também mudaram e foram substituídos por um sistema mais simples e direto:

 

Por fim, a AMG e a Maybach não constam nas tabelas acima porque tanto a divisão desportiva da Mercedes como a própria Maybach passaram a ser submarcas da Mercedes. Assim, chamam-se Mercedes-AMG e Mercedes-Maybach, respetivamente. No que toca aos carros, os desportivos não se chamam mais Mercedes-Benz C63 AMG, mas sim Mercedes-AMG C63. Do mesmo modo, os modelos de luxo deixaram de ser Mercedes-Benz S500L Maybach, passando a ser Mercedes-Maybach S500L.

Dentro da AMG, houve ainda uma segunda mudança – há apenas quatro nomes para os desportivos. Os modelos da Classe A, com motores de quatro cilindros, são identificados pelo número 45 (A45, CLA45 e GLA45). Os modelos V8 usam o número 63 (C63, CLS63, SL63, etc). Os modelos V12 utilizam o número 65 (S65, G65, SL65). Por fim, os modelos V6, anteriormente chamados AMG Line, são identificados pelo número 43 (C43, E43, SLC43, GLE43).

 

Esclarecido? Agora temos a certeza que nunca mais irá ter nenhuma dúvida! :)

09-07-2021